LUIZ RENATO PIRES DE ALMEIDA (1944 – 1970)
Local de nascimento: São Sepé (RS), 18/11/1944
Filiação: Lucrécio de Almeida e Doca Pires de Almeida
Local de morte/desaparecimento: Bolívia, em outubro de 1970.
Organização política: Exército de Libertação Nacional (ELN)
Sua família era numerosa, tendo Luiz Renato 9 irmãos, e sido criado no campo, onde seu pai era um pequeno proprietário. Ao completar os cursos primário e ginasial, transferiu-se para a cidade deSanta Maria RS a fim de continuar seus estudos. Entrou na Faculdade de Agronomia, participando do movimento estudantil, atuando inclusive no Diretório Acadêmico de sua faculdade.
Com o Golpe de 64, a faculdade foi invadida e os estudantes ativistas tiveram de fugir, muitos foram presos ou caíram na clandestinidade. Dois anos mais tarde, em 1966, Luiz Renato foi preso em Porto Alegre e recolhido ao Presídio do DOPS/RS, e ficou durante oito meses na Ilha do Presídio. Ali se encontrava, no dia 14/03/66, quando chegou em sua cela um preso político –Manoel Raimundo Soares – cuja prisão, tortura e assassinato, teve grande repercussão nacional e internacional (morto em 24 de agosto de 1966). Neste mesmo ano, Luiz Renato depôs na CPI da Assembleia Legislativa do RS, denunciando as torturas ali infligidas a Manoel Raimundo.
Em outubro do mesmo ano, Luiz Renato conseguiu fugir para o Rio de Janeiro, e no final de 1967, ou início de 1968, viajou para Moscou para estudar na Universidade Patrice Lumumba.
Em Moscou juntou-se ao grupo latino de estudantes sul-americanos que conhavam com as idéias guevar4istas da revolução na América. Ligou-se, então, a Oswaldo Chato Peredo, reorganizador do Exército de Libertação nacional que empreendia a luta guerrilheira nas montanhas da Bolívia.
Algum tempo depois passou por Cuba e daí voltou para a Bolívia, deslocando-se de La Paz para as montanhas.
Em inícios de outubro de 1970, nas regiões de Masapar e Haicura, a 300km de La Paz, Luiz Renato e outros companheiros caíram mortos pelas tropas bolivianas, estando desaparecido até hoje.
Fonte: Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos a partir de 1964, Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, Instituto de Estudo da Violência do Estado – IEVE – Grupo Tortura Nunca Mais – 1995, página 411.
Fonte: http://www.documentosrevelados.com.br/depoimentos-torturas-denuncias-ditadura/20919/