Dossiê destaca que oficiais do Exército foram os responsáveis pelo crime. Secretária morreu ao abrir carta bomba em agosto de 1980.
A Comissão da Verdade do Rio de Janeiro apresentou, nesta sexta-feira (11), a conclusão das investigações do atentado à sede dos Advogados da Ordem do Brasil (OAB) no dia 27 de agosto de 1980. Após dois anos, a comissão estadual concluiu que grupos de oficiais do Centro de Informação do Exército são os responsáveis pelo atentado.
Na época do crime, ainda no período da ditadura militar no país, uma carta bomba explodiu e matou a secretária do Conselho Federal da OAB, Lida Monteiro da Silva, de 59 anos. O atentado chegou a ser atribuído a grupos de direita, que eram contra a redemocratização.
Segundo o dossiê apresentado pela comissão, foi o sargento Magno Cantarino Mota quem entregou pessoalmente a carta bomba à secretária da OAB. O militar era gerente de repressão ligado ao Centro de Informação do Exército e adotava o nome de Guarani. Uma das testemunhas, que vai ter o nome preservado, reconheceu o Guarani, que no dia do crime usava roupa social e aparentava ter um pouco mais de 30 anos. A testemunha identificou o militar por fotos feitas na época do crime e foto mais recente, feita no ano de 2000. O Guarani ainda está vivo e, segundo as investigações, mora na Zona Oeste da cidade.
A ação foi comandada pelo coronel Fred Perdigão Pereira, também do Centro de Informação do Exército, além do sargento Guilherme Pereira do Rosário, que confeccionou o artefato. Ele morreu no ano seguinte, com uma bomba no colo, durante o atentado do RioCentro. O sargento tentava instalar uma bomba em um auditório com 20 mil pessoas que comemoravam o Dia do Trabalho.
O resultado de toda a investigação foi apresentado na manhã desta sexta durante uma coletiva na Ordem dos Advogados e contou com a presença do filho de Lida, Luiz Felipe Monteiro.
Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/09/comissao-da-verdade-divulga-nomes-de-responsaveis-por-atentado-oab.html